O devir artista/devir processo
O caderno de processos está sendo organizado sem ordem cronológica, apenas com a utilização de materiais elaborados do mês de outubro para cá, bem como novas interferências visuais que são articuladas durante o processo criativo organizacional.

A cartilha, que fora idealizada enquanto um material didático digital, está sendo transformada em uma criação manual e gradual, diante dos atravessamentos desta bolsa. Porém, a arte educação ainda configura o contexto desse caderno que está como meu instrumento de reflexão sobre as artes e o ensino em artes, extrapolando a condição limitante de reprodução conteudista.
O tempo de pesquisa/criação para elaboração e execução parcial desse trabalho que poderá ser continuado no ambiente da educação fez com que eu repensasse a identidade artística do profissional arte educador, em específico, do educador não formal em artes. Profissional este sem garantias – econômicas ou trabalhistas -, mas que promove o atendimento de demandas socioculturais.

Em tal contexto, quais são os momentos de pesquisa e criação do artista profissional (formal ou informal) em educação? O devir, conceito desenvolvido por Deleuze e Guattari, diz muito mais sobre o que escapa, sobre o vir a ser.
Esse entrelugar ocupado, faz com que os processos sejam os produtos em si, pois, a potência está em onde o exercício artístico me move e como se desloca para o coletivo.
Paralelo ao ensino, que pressupõe o seu início no outro, o trabalho emerge dessa introspecção característica da pesquisa, dos interesses e pulsões. São minhas interferências na arte educação, sem pretensão de ensino de algo à alguém. É um recorte em imagens, textos, pinturas, colagens, experimentações, deste laboratório, através do meu olhar.

