Mayara Bouquard /

ÁFRICA ALÉM PARAÍBA

Além Paraíba é um município brasileiro do interior do estado de Minas Gerais, na divisa com o estado do Rio de Janeiro mais precisamente na região da  Zona da Mata. De acordo com o censo realizado pelo IBGE em 2010, sua população é de 35.589 habitantes. A distância da capital Belo Horizonte é de 380 km. Estando mais próxima da capital fluminense Rio de Janeiro.

Coberta pela Mata Atlântica e habitada pelos índios Puris, a região, onde hoje se situa a cidade, era conhecida somente por tropeiros vindos da Corte até fins do século XVIII. Com o descobrimento de minerais preciosos nas redondezas, intensificou-se a travessia do Rio Paraíba do Sul; por volta de 1784 às margens do mesmo rio, um cais de madeira foi denominado de Porto do Cunha. A então Vila, em 1880, foi transformada por lei no município que recebeu a denominação de São José de Além Paraíba e apenas em 1883 foi elevada a categoria de cidade. Em 1923 passou a ter o nome atual.

Após o surto de ouro e diamante em Minas, os negros africanos, escravizados no Nordeste nas lavouras de algodão e canaviais se deslocaram para trabalhar em Minas.  Em 1700 subiram o Caminho Novo novos escravos oriundos da África no Rio de Janeiro. A partir daí, iniciado o Ciclo do Café no Vale do Paraíba a região do Sertão Leste (região como era chamada Além Paraíba) ganhava o seu quinhão de recém-chegados e uma parte dos escravos que labutavam nas minas, então decadente. A parte da Zona da Mata de Minas, junto com à divisa do Rio de Janeiro, foi uma das últimas áreas próximas ao litoral a serem desbravas durante o período colonial.

A expressão parafraseada por Robert Slenes, “onde acaba a estrada (de ferro) começa Minas”, para explicar o pouco conhecimento que se tinha sobre as Minas no oitocentos, pode ser utilizada para a economia e sociedade da Zona da Mata na primeira metade do século XIX, ou mais especificamente, de sua relação com o tráfico de escravos.