Xenofobia

Número “Entre Fronteiras, Cidades e o Mato”, 2019. Foto: Lina Mintz

 

“XENOFOBIA: É o medo, aversão ou a profunda antipatia em relação às pessoas estrangeiras.

É a desconfiança em relação a pessoas que vêm de fora do seu país com uma cultura, hábito, etnias ou religião diferente.”

 

  • A xenofobia compartilha diversas características com o racismo. 
  • Se manifesta na forma das relações do grupo local em relação com as pessoas que vêm de outro país. Geralmente dada desde o preconceito.

 

  • Posturas xenófobas incluem atitudes como: O medo de perda da identidade local, a desconfiança das atividades que as pessoas estrangeiras realizam no país ou nos motivos para elas terem emigrado, o prejulgamento dependendo da nacionalidade de quem vem de fora, o impedimento à imigração de estrangeires ou de pessoas pertencentes a diferentes culturas e etnias – por ser consideradas uma ameaça, etc.

 

  • O que pode levar à: Evitar ou simplesmente não entrar em contato com estrangeires; pode gerar ataques – em diversos níveis – à integridade física, psicológica ou moral das pessoas estrangeiras e até o desejo de eliminar a presença delas.

 

  • Em síntese, a Xenofobia só gera Prejuízo e cria Estereótipos Pejorativos de grupos minoritários. Por exemplo: “pessoas de X nacionalidade ou cultura são: pobres / sujas / violentas / menos inteligentes / inferiores / dramáticas, etc.

 

Na minha experiência, situações xenofóbicas são veladas ou justificadas na sociedade brasileira.

Estas se dão em diferentes graus e vão desde:

  • Zoar à pessoa estrangeira por achar engraçado o sotaque dela; criticar ele ou até julgar porque a pessoa tem sotaque; dar algum comentário infantilizado sobre sua forma de falar.
  • Também sobre a fala: não buscar entender a pessoa estrangeira porque a sonoridade de sua fala é diferente; que por esta característica, achem que você não está falando português – inclusive se você está falando a língua corretamente – o qual também acontece quando a pessoa estrangeira fala de um jeito mais formal ou mais calmamente.

 

  • Se a/ê/o estrangeire admite seu sotaque e afirma que imigrou no Brasil, aparece a reação da pessoa brasileira de apontar incisivamente que, porém disso “Você não é de aqui”, criando assim um tipo de segregação. Ou a outra situação possível é: que a pessoa local te fale que você tem que lembrar de onde você vem, como se a pessoa brasileira se sentisse ameaçada de que a/ê/o estrangeire seja também parte da cultura deste país.

 

  • Por outro lado, existem as formas invasivas de abordar à uma pessoa estrangeira, sendo assim ela obrigada a falar de onde vem e responder as perguntas da pessoa brasileira, até as mais absurdas, sobre o que a/ê/o estrangeire faz neste país. E no caso de você não queira responder, receber alguma crítica por isso.
  • Sem esquecer da forte liberdade de emitir juízos sobre sua nacionalidade ou daquela do país que a pessoa brasileira ache que você é, vindos do que já expliquei sobre os estereótipos e preconceitos.

 

Poderia citar muitas mais formas de xenofobia que eu e outres imigrantes vivemos no Brasil cotidianamente, sem mencionar outras mais fortes como são os atos de violência que também existem sobre nossa população minoritária.

 

Também gostaria de compartilhar características comuns em situações de Xenofobia, por se alguma vez você presencia uma situação assim analise bem qual das partes precisa apoio.

Geralmente quando uma agressão se realiza para uma pessoa estrangeira estando ela/elu/ele sozinhe com a pessoa agressora e logo depois aparece uma pessoa brasileira para saber o que aconteceu, quem fez a agressão alude alguma ou todas as seguintes opções:

  1. Que não entende o que aconteceu. Sem assumir sua responsabilidade, nem muito menos pedir perdão.
  2. A isto pode se somar, que a pessoa xenófoba expresse que quer escutar a pessoa estrangeira sem deixar ela falar direito, e nem explicar a situação desde sua perspectiva.
  3. Falar que “talvez” o que aconteceu foi porque “a/ê/o estrangeire não entendeu direito pelo idioma”, veja-se aqui o estereótipo de “ignorante” e o colocar o idioma como excusa.
  4. Dizer que o que fez não foi por mau. Além de pedir a vítima que entenda a pessoa agressora.
  5. Se a pessoa estrangeira fala que o que aconteceu é por Xenofobia, ela é acusada de ser Exagerada ou que “não é tão grave assim”.
  6. Pedir a/ê/o estrangeire que esqueça sua dor e siga adiante porque agora “Está tudo bem”.

Dito isto, deixo vocês refletirem.

Além de informar, que assim como o racismo, na Lei Xenofobia: “É Crime”.

Número “Entre Fronteiras, Cidades e o Mato”, 2019. Foto: Lina Mintz

 

Para finalizar, expresso o seguinte:

“Ser Estrangeira” Não é um problema, porém que pode virar um:

Quando se falta – Ultrapassa- o respeito do que Eu Sou.

 Como Imigrante busco existir em Paz e com Bem-estar onde escolhi morar.”

 

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