Manuella Balbino /

Estevão recusa premiação das mãos de D. Pedro II.

O ocorrido se passa em nove de dezembro de 1879, era o dia de entrega de prêmios aos alunos da academia, e como de costume o “alto sociedade” da corte se encontrava presente para o evento, contando também com a presença do Imperador D. Pedro Segundo que estava a entregar as medalhas aos premiados.

Ao perceber que receberia das mãos do monarca uma medalha de prata e não de ouro, Estêvão grita “INJUSTIÇA!” em meio ao salão onde o evento se passava. Antônio Parreiras (1860 – 1937) descreve que todos estavam convencidos que a maior premiação seria destinada a Estêvão, e que ao não receber essa premiação ele, com olhos cheios de lágrimas e se sentindo aniquilado profere o grito ao perceber tal injustiça.

Ao se aproximar do imperador ele, agora mais calmo e contido diz a D. Pedro II “Recuso!” em tom de grito. Este fato é decorrido de consequências e punimentos ao artista. O ato de rebeldia de Estêvão Silva provocou um imenso constrangimento que marcou toda uma geração. A figura trágica e heroica de Estêvão Silva seria lembrada não apenas pelo pintor Parreiras, mas também por Gonzaga Duque (1863-1911) e Coelho Neto (1864-1934), entre outros.

No calor da emoção, por estar decepcionado por perder um prêmio em que muitos concordavam que lhe pertencia, Estêvão entretanto, não se deu conta do quanto sua intervenção era perigosa. Seu ato de protesto rendeu uma suspensão de um ano da AIBA (Academia Imperial de Belas Artes).

Essa ilustração é uma de uma sequência que virá para ilustrar a história do artista Estevão Silva e para a produção da ilustração foram utilizados os seguintes materiais: tinta nanquim preta e marrom folha canson gramatura 300 e grafite vermelho. A próxima etapa que o desenho vai passar é um tratamento no Photoshop para ser inserida no e-book! A ilustração foi feita em parceria com uma grande artista, ilustradora e querida amiga Monique Saboia.