MEMORIAL DO FIM-COMEÇO
Terra, a nascente de todos os frutos, raízes e vertentes de um novo futuro / O princípio de toda a construção de uma nova vida/ Não podemos esquecer que foi a terra que nos criou e nos deu estrutura e força para suportar as barreiras / Não podemos esquecer que foi a terra que nos nutriu e mostrou o mundo / E nos momentos de guerras, quedas e fracassos era ela o nosso sustento.
“Tinha casa que eu fui muito bem tratada, mas tinha algumas que eu só comia o que sobrasse da mesa.”
(Rosemeire, mãe)
“Então eu saía e procurava outra. Algumas faziam teste comigo, deixavam dinheiro embaixo da cama só pra ver se eu pegava. Eu limpava e deixava no mesmo lugar. Com vinte e um anos casei e tive uma filha, mas também não deu certo o casamento. Voltei pra casa da minha tia, com minha filha e oito anos depois conheci o pai do Bruno (Emiadê), que também não deu certo. Mas graças a Deus sempre tive saúde e trabalhei muito pra criar os dois…”
“Com dois anos ele foi pra creche, foi uma fase assim, muito boa da vida dele, ele gostou muito.”
(Rosemeire, mãe)
“Certo dia minha tia mais velha (Rosenalva) precisou morar comigo e eu dei graças a Deus porque ela ficava com o Bruno quando ele nasceu. Ela cuidou dele pra mim e eu trabalhava em dois empregos, chegava tarde em casa. Com dois anos ele foi pra creche, foi uma fase assim, muito boa da vida dele, ele gostou muito. Dos dois aos seis anos ele ficou na creche, foi uma criança muito feliz. E a minha filha ia pro serviço comigo, deixava ela na escola e depois pegava. Graças a Deus eu arrumei essa casa pra trabalhar, meu patrão era muito bom, tinha a sogra dele também, Dona Gilda, que era muito boa comigo, sempre me ajudou.”
“Às vezes eu queria voltar no tempo que eu era criança, brincava na rua, com meus primos, coleguinhas, vizinhos. A minha tia, ela comprou uma bicicleta e era pra todos aprenderem a andar de bicicleta ao mesmo tempo. Muita criança querendo aprender a andar de bicicleta, mas era muito divertido. Lembro também que eu gostava muito de brincar de escolinha, eu queria sempre ser a professora, passava a lição na lousa, corrigia, passava lição de casa. Gostava muito de ser a professora. Meu sonho quando crescesse era ser professora de português.”