Jahi Amani /

CORPO NYEUSI: MOV PISTA – JAHI AMANI

Dando continuidade aos processos em minha pesquisa sobre corporeidades e expressões culturais desse tempo, me apoio no audiovisual e chego nos movimentos finais desta residência com mais um filme, que se agrega – no que agora parece se encaminhar para uma trilogia – à ágata de águas que carrego em meu Orí. Esse fluxo cinematográfico se inicia entre 2018 e 2019 com meu primeiro filme curta-metragem que posso considerar cem por cento cinema negro, intitulado “Corpo Nyeusi”, o filme em questão desencadeia uma cascata de fluidos criativos que brota de mim no cerne da direção e performance criativa, sendo meu primeiro filho preto gestado em mim e posto ao mundo com minhas próprias mãos. Como água em cascata não para, continuei a trabalhar com meu corpo e mente, trazendo cada vez mais para o cerne de minhas pesquisas, minha ancestralidade, minha religiosidade e as expressões culturais que me atravessam e abarcam nesse tempo. Me envolvi com a rua, com Exú, com a pista de dança, os bailes, as ballroom’s, me entreguei ao funk, ao pop, ao vogue, ao afro, ao Candomblé de Angola, às minhas raízes. A partir de todo o caminhadouro que trilhei, desde antes de meu primeiríssimo filme – o documentário longa-metragem “TE AMO, PRETA”, surge o trabalho a seguir. Intitulado “Corpo Nyeusi – MOV PISTA” a série de imagens aqui exibidas faz parte de um conjunto maior que transmuta um filme, até o primeiro momento mudo, mas que grita e pulsa sonoridades da pista. O nascimento deste trabalho ainda não se deu em tempo presente, mas seu espírito serelepe já circunda esse plano e se mostrou carnal em incorporação nos encontros presenciais finais deste LAB. Deixo então como registro circunscrito através da incorporação e da transmutação no tempo espiralar, essas imagens, num compilado que reúne: Movimento, Ótica e Vivência, ainda por vir.

Ficha técnica:

Direção, concepção e performance: Jahi Amani;

Captção de imagem: Coniin, Quel Satto;

Stylist: João Teodoro;

Trançado e Ass. de Set: Mallu Caetano;

Apoio: Teatro Espanca e BDMG Cultural