perrengues poéticos
tudo que mora na letra Z
que mora dentro do búZio e do fuZil
ser preto também é ser z.
o fim da ordem inventada. o último. z.
a. primeiro. z. por último. a-z
ser preto também é ser a-z.ul
no meio pra assentar, pra se lembrar do centro
da gira. da trança e da trama. do nó.
sobreponha na imaginação, o z no meio.
z de zunido. zumbido. de zumbi.
zzz de son(h)o,
solução para problemas que nem sabíamos que tínhamos
sonhar é uma viagem com som de z.
som de z é tecnologia ancestral do entre.
sai por entre os dentes fechados
a língua se move por trás disso
não é porque não vê que não tem
som. sentido.
move. roda. gira.
quanto mais perto do centro mais espesso
a comprideza afina pra garantir movimentos fluídos
não sair do centro. : crescer a centralidade
transborda-la. permiti-la.
fluxo da firmeza.
não se esquecer do z. nem do a. menos ainda do azul.
reparar no vento que sai da boca com o z.
sentir o (in)vento disso.
se não formos mais cata-dor
pra sermos cata-vento
a coisa cresce tão de acordo com a natureza
que a matemática chama progressão geométrica
buZio. fuZil. bUzIo. fUzIo.
primeiro o z. (que é o último, logo, o que impõe volta, re-começo
depois ui. e cresce
desabrocha do centro e búzio e fuzil giram juntos
pra vê se vento da pra catar. vê não.
sentir. perceber com sentidos todos.
aguçados. reparar búzio também como arma.
feito a bala que mora no fuzil. o búzio que mora na espada.
esp ada que mora no
esp elho que mora no
azul que mora no z
que mora no som da nossa pele.
ser preto também é ser quem sabe que búzio e bala,
é festa de criança.
nem sempre o antagônico precisa ser nossa guiança.
ser preto também é ser inteiro. a-z.ul
l