6 de setembro de 2023
Chove
Dos céus, milhares de olhos
Dos olhos, só os que eu empresto
Brotam galhos.
Dos galhos, milhares de espinhos mínimos apontam:
Minha pupila espetada não tenta chorar, mas
não sou tão firme.
Feiticeira, sim! Posto que
Atriz.
Nem faço mais muitos monólogos em mesa de bar.
Para vestir
milhares de camadas da nudez
Espero dançar a voz.
Por agora
essa obsessão pelo olhar
acaba mês que vem no máximo
quando vou ao oftalmologista:
– Então não é chuva!
Nem vem da janela.
Ah! Estou sonhando?
– É fogo!
Água! Para alhanar.