21 de dezembro de 2023
Encontros nas encruzilhadas
Do caminho torto da chama no corpo,
A terra gelada das grutas, como bicho – o morto!
Enterra-se àquilo que necessita de aterrar,
seu corpo no afago ancestral
O bicho no caminho, de asas duras e translúcidas
Já não canta mais, aquele que jogado nas vias
atrapalha o trânsito das calçadas,
precisa cavar onde lhe cabe por inteiro
Existe uma Lápide!
Seguimos o caminho rumo aos profundos da terra,
Alguns caminhos são tão artificiais
que tubula escadas onde se deveria pisar.
Aparentemente artificial e morto,
tão limpo quanto um lugar asséptico
Mas ainda ali, os morcegos e aranhas resistem!
Dos mistérios do corpo, vimos o mestre que
em uma chamada, me fez habitar com um outro tempo.
È hora Camará!
Movimentamos nossos corpos com o saber que veio da África milenar.
Enterra-se o corpo frente a muralha de Deus chorando
e rocha de Buda a rezar,
Não tem vela, mas tem lenha, fogueira e fumaça
pra defumar.
Separa o que tem na maloca
Não deixa elemento faltar
As penas, caninos e crânio
foi dado ali, em um momento seu de força da morte, final!
Revê-lo nas guerras, violências tolhidas
ao banal.
Um misto de cansaço e devoção
que não mede esforços para estar,
mas deixa fluir no que for, se for pra rezar.
Compreender os caminhos,
deixar o vento resolver,
a caminhada se faz indo, e deixando o para trás
desaparecer.
São novas Violas que mostra e renova em imagens
aquilo que nos assola.
É no corpo que se vive o mistério/ da Terra!
É na Terra que se vive o corpo/ Mistério!
É mistério da Terra/ o corpo que se vive!