venho de uma família de matriarcas. sou a única pessoa que não é mulher do meu núcleo familiar. sempre foi com elas que me conectei. sou quem sou por elas.

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meu trabalho é um pouco erótico. quero um dia fazer arte pós-pornô. quero que minha família veja meu trabalho. elas são emocionadas. adoram ir em tudo que faço. elas são evangélicas. de igreja muito tradicional. quase que seita. isso me atormentava.

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pensei em como conseguir abraçar meu trabalho e minha família. juntar meu tesão e meu amor. pedi a minha avó para fazer alguns crochês para uma obra minha. vamos ver se vai rolar.

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pedi a minha mãe a me ensinar fazer crochê pela milésima vez. dessa vez eu entendi mais como fazer. cheguei em casa. peguei uma corda. corda esta que não sei como que foi parar em minhas mãos. corda esta que às vezes amarro pessoas. deixei apenas o instinto fluir. eu acredito muito na energia das primeiras vezes. na energia da experimentação. da energia do não pensar.

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fui de nó em nó. fazendo sem pensar. terminou e achei lindo. olhei e vi um coração.