O LABIRINTO

De repente fui assombrada

por uma nova visão

Otimista para ser retrô

Pessimista para a vanguarda

Tudo alcançava a minha percepção

A sacola caindo

O chinelo batendo

A ponta do cigarro aceso vermelho

A metade da mulher de short vermelho

Subindo a escada estreita

O alarme buzina

O sorriso torto no rosto da publicidade

Os olhos vidrados das bonecas loiras

Descabeladas na vitrine

Nada tinha importância:

Eu estava atormentada

Pela nova visão:

O novo panóptico.

Dessa vez, ensimesmado

em novas formas de burocracia

Para fazer rodar

Rodar

Rodar

Procurando o centro

Procurando na margem

a saída

Enquanto nos perguntamos:

Onde está o poder?