14 de dezembro de 2021
Livreto-resumo do processo do Coletivo Tecnologias Ancestrais
Tabono
Tabono. FONTE: INSTITUTO DE PESQUISA E ESTUDOS AFRO-BRASILEIRO – IPEAFRO, 2021.
Adinkras são um conjunto de símbolos dos povos Akan do oeste de África, que representam ideias expressas em provérbios. O Adinkra utilizado para ilustrar essa postagem é o ‘’Tabono’’ – Remo. Símbolo da força, confiança e persistência’’ (IPEAFRO, 2021).
Para acessar o conteúdo do Livreto basta realizar o download do arquivo em PDF no link abaixo:
Livreto-resumo Coletivo Tecnologias Ancestrais
A partir da provocação do programa Urbe Urge: resposta à emergência climática, o nosso coletivo, proponente do projeto intitulado ‘’Tecnologias ancestrais: resgate da memória e do conhecimento ancestral acerca do trato com a terra e gestão da água a partir da agroecologia urbana’’, composto inicialmente pela mestra quilombola, Gláucia Martins; a pesquisadora, banqueteira e especialista em patrimônio Patrícia Brito, e o pesquisador e arquiteto-urbanista Daniel Menezes, apostaram na ancestralidade e na agroecologia como um dos caminhos possíveis para tentar responder a emergência climática que devora as várias terras possíveis: Seja o Ilê Aiyê, a Pachamama, a Abya Yala ou a Gaia. Posteriormente, nosso coletivo foi contemplado pela contribuição indispensável de outras duas mestras do Kilombo Família Souza, Simone Abranches e Maria Adélia dos Reis, que possuem uma relação intrínseca com o processo de cozinhar, plantar e colher, foco inicial de nossa proposta.
Entendendo que o mais importante foi o nosso processo e na tentativa de responder sobre as emergência climática foram sendo desvelados vários processos que poderiam indicar caminhos para que essas emergências climáticas e outras questões urgentes para as comunidades quilombolas fossem sendo respondidas: a importância de implementar processos que sejam capazes de garantir soberania alimentar, pensando na possibilidade de agência sobre o cuidado de sua própria alimentação; o jardim do sagrado, garantindo a agência sobre sua própria saúde, seja física ou espiritual, e o direito ao culto religioso de matriz afro-brasileira; as diversas conexões e redes de trocas que foram sendo estabelecidas entre as demais comunidades quilombolas, Kilombo Família Souza, Kilombu Manzo Ngunzo Kaiango, Comunidade Quilombola de Mangueira, Quilombo dos Luízes e Quilombo Matias, este último em processo de certificação junto a Fundação Cultural Palmares; outros grupos sociais, como as Mulheres da Ilha do Fogo em Cabo Verde; os assentamentos Ho Chi Minh e João Pedro Teixeira do MTST – Movimento Sem Terra; os Guaranis a partir da interlocução da liderança índigena Jerá Guarani; os Xakriabás a partir de Zeza, pertencente a outro coletivo participante do programa Urbe Urge; a possibilidade de emancipação econômica, seja pelo plantio ou pela artesania nas bambuzerias-escolas, a partir dos diálogos com o mestre Lúcio Ventania e o Centro de Referência do Bambu e Tecnologias Sociais – CERBAMBU/RAVENA. .
Fica o entendimento, a partir das palavras de Gláucia, mestra quilombola e uma das integrantes do coletivo de Tecnologias Ancestrais, que as sementes que foram plantadas agora responderão no futuro, que esperamos que seja breve, as questões climáticas tão urgentes no nosso cotidiano.
Modupé por nos acompanharem até aqui. Com essa síntese finalizamos nossa passagem pelo programa Urbe Urge 2021 com a certeza que nos encontraremos em breve.
Referências bibliográficas
Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-brasileiro – IPEAFRO. Adinkra Tabono. <https://ipeafro.org.br/acervo-digital/imagens/adinkra/> Acesso em 12 de dezembro de 2021.