A Terra Indígena Xakriabá e o Coletivo ROMZÂ

Olás! Este post contextualiza nosso trabalho, apresentando um pouquinho a Terra Indígena Xakriabá e o Coletivo de Agricultores e Agricultoras ROMZÂ.

A TERRA INDÍGENA XAKRIABÁ

A Terra Indígena Xakriabá fica no norte de Minas Gerais no município de São João das Missões. Considerando as áreas homologadas e em processo de retomada são 36 aldeias e uma população de mais de 10.000 habitantes. O território é  marcado por uma paisagem semiárida, caracterizado pela transição entre os biomas Cerrado e Caatinga.

Nos últimos anos, a estiagem natural tem se fortalecido, levando a períodos mais longos de seca, o que compromete a agricultura tradicional. Por um lado, a seca, agravada pelas mudanças climáticas globais, afeta atividades agrícolas e a soberania alimentar dos Xakriabá. Por outro, a dependência das cidades cresce e o modo de vida urbano afeta aquele dos indígenas, impactando na sua relação com o território e com os alimentos.

A demanda por alimentos na Terra Indígena Xakriabá não é suprida apenas pela produção local e os Xakriabá complementam sua alimentação com produtos de fora, em parte industrializados. Além disso, nos últimos anos muitos jovens têm abandonado o território por falta de alternativas de trabalho e renda.

Paisagem em estrada no território Xakriabá. Foto: Rebeca Andrade.

O COLETIVO ROMZÂ

Neste contexto de seca e grande dependência da cidade, ações têm sido tomadas pelos Xakriabá e apoiadores no intuito de resistir e reverter as dificuldades encontradas. Uma delas é a recente criação do Coletivo dos Agricultores e Agricultoras Indígenas Xakriabá, também nomeado ROMZÂ (que, na língua Akwen, significa semente). De acordo com o estatuto do coletivo, dentre seus objetivos está:

“promover o desenvolvimento sustentável econômico, cultural, social e ambiental das aldeias Xakriabá, buscando a melhoria das condições de vida dos agricultores e agricultoras familiares, desenvolvendo formas de cooperação que auxiliem os associados na produção agrícola, nas atividades artesanais, na produção manufatureira e na comercialização de bens e serviços.”

O primeiro passo para efetivação dos trabalhos do ROMZÂ é conhecer melhor as atividades de seus associados. Daí surge a proposta deste mapeamento colaborativo, impulsionada pela oportunidade aberta pelo programa Urbe Urge. Convidamos todas e todos a acompanhar nossas próximas postagens com atualizações!

Agricultores trocando experiências durante levantamento colaborativo ROMZÂ. Foto: Zeza Xakriabá.

2 comentários

  1. Daniel Henrique de Menezes Dias
    Daniel Henrique de Menezes Dias

    Que bom conhecer um pouco mais do contexto da terra indígena Xakriabá e o significado de Romzã. A questão da soberania alimentar é latente e urgente para todos. Que esse processo de mapeamento colaborativo destaque novos horizontes possíveis e muitas ”romzãs” sejam plantadas.

    14 de julho de 2021 às 17:02
  2. Mapeamento colaborativo das práticas do ROMZÂ

    Que legal, Daniel. Que juntos nossos coletivos possam pensar outros futuros possíveis!

    14 de julho de 2021 às 19:56
Deixe um comentário