Ana Luiza Nobre

Seguimos nossas interlocuções recebendo, nesta quarta feira (25), Ana Luiza Nobre – arquiteta, historiadora e professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós-graduação em Arquitetura da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Sentidos do Chão

É do chão que vem quase tudo que comemos. E tanto o temos maltratado que podemos não ter mais que 60 colheitas pela frente. O alerta, feito em 2014 pela Organização para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas, tornou-se ainda mais grave neste momento em que o chão parece se abrir sob os nossos pés. Até porque, se o chão é alimento, ele é também matéria prima, material construtivo, filtro de água, sumidouro de carbono, para-raios, cama, suporte, base, abrigo, documento, assentamento, memória, esconderijo, limite, ideia, visão de mundo…ensino.

Com este alerta, nossa convidada chama nossa atenção para algo que nos é sempre presente, com que lidamos o tempo todo, mas que, em geral, passa desapercebido ou não é objeto de reflexões mais cuidadosas: o chão e suas variações semânticas – solo/terra/piso/pavimento. A aposta e o convite da investigação crítica que Ana Luiza apresenta, sugere um movimento: ao atentarmos para o que está debaixo dos nossos pés, pensarmos as questões que pairam sobre nossas cabeças – local e globalmente.

Neste sentido, com o ciclo de encontros Sentidos do chão e o projeto Atlas do chão, Ana nos convida a identificar situações críticas em que a potência do chão se revela. Tornando visível ações e práticas que envolvem cuidados com o chão para especular sobre outras possíveis configurações territoriais, inspirar novas ideias, projetos, pensamentos, modos de ativar e honrar o chão à revelia da sua apropriação como mercadoria.

Além desta, para  “deixar o que está em baixo subir até nós, em direção ao nosso olhar e pensamento”, para nos aproximarmos do pensamento de nossa convidada, indicamos também:

Tanto chão

Perguntar-se sobre a relação entre a arquitetura e o chão significa, portanto, perguntar-se sobre o modo de ser de uma fronteira que permite ao ser humano fixar-se em um determinado sítio e construir estruturas que se erguem para o céu, buscando respostas técnico-arquitetônicas capazes de transformar a superfície da terra e torná-la habitável.

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LIVE

Nossa conversa com Ana Luiza nobre será feita no dia 25 de agosto, às 14h30. Não deixe de acompanhar por este link:

Live com Ana Luiza Nobre