[1º] ENCONTRÃO SER SEMENTES DE TRADIÇÃO

Damedame

Damedame. FONTE: INSTITUTO DE PESQUISA E ESTUDOS AFRO-BRASILEIRO – IPEAFRO, 2021.

Adinkras são um conjunto de símbolos dos povos Akan do oeste de África, que representam ideias expressas em provérbios. O Adinkra utilizado para ilustrar essa postagem é o ‘’Damedame’’ –  Quadrados múltiplos do jogo de xadrez. Símbolo da esperteza, inteligência e estrategia’’ (IPEAFRO, 2021).

A proposta deste evento surgiu como desdobramento das atividades do Programa Urbe Urge 2021 e aproximações possibilitadas entre os diferentes coletivos e interlocutores envolvidos. Nossa proposta é alimentar e fortalecer as conexões que foram se mostrando aparentes entre os coletivos “Mulheres-Sementes: juntando saberes e sabores tradicionais através do Atlântico” que envolve mulheres que vivem em assentamentos na região metropolitana de Belo Horizonte e mulheres que vivem na Ilha do Fogo no Cabo Verde; “Tecnologias Ancestrais: resgate da memória e do conhecimento ancestral acerca do trato com a terra e gestão da água a partir da agroecologia urbana” com foco no fortalecimento e resgate de práticas agroecológicas desenvolvidas nos quilombos urbanos localizados no atual perímetro político de Belo Horizonte, Kilombu Manzo Ngunzo Kaiango, Comunidade Quilombola de Mangueiras, Quilombo dos Luízes, tendo como anfitrião das discussões  a liderança Glaucia do  Kilombo Família Souza; e “Mapeamento colaborativo das práticas do coletivo Romzâ”, formado por agricultoras e agricultores indígenas da etnia Xakriabá que vivem no norte do estado de Minas Gerais; e a interlocutora indígena Jerá Guarani, agricultora e liderança da etnia Guarani Mbya na Terra Indígena Tenondé Porã, no extremo sul de São Paulo. 

Imagem do encontro para definição do 1º ENCONTRÃO, onde participaram Patrícia, Daniel, Gláucia e Simone (Coletivo Tecnologias Ancestrais), Gabriela (Coletivo Mulheres Sementes) e Zeza e Rebeca (Mapeamento Colaborativo Romzã).

A aproximação entre estes coletivos e Jerá foi sentida a partir da centralidade da SEMENTE. Jerá Guarani foi a primeira interlocutora do projeto Urbe Urge 2021 e durante sua interlocução a importância das sementes crioulas (milho, batata-doce, entre outras)  e o seu resgate apareceu constantemente em seu discurso durante sua interação com os coletivos, como ferramenta de conexão, criação de relações, fortalecimento cultural e trocas de conhecimentos e experiências. Para as Mulheres-sementes, o protagonismo das sementes vem desde o nome escolhido para o coletivo, passando pelo ponto de ligação inicial por meio do feijão pedra (também conhecido como feijão lab lab), utilizado no Brasil apenas como adubação verde, e no Cabo Verde como o grão do principal prato da culinária do país, a Catxupa. Para os kilombos do coletivo Tecnologias Ancestrais, as sementes são lugar de fortalecimento, de luta e de resgate de uma prática que era desenvolvida anteriormente por seus ancestrais. Para o coletivo de agricultores indígenas Xakriabá, semente é o significado da palavra Romzâ na língua nativa Akwen, é lugar de tradição e resistência de cultura de gente e cultura de planta, como o milho crioulo, os diversos feijões, as manivas de mandioca entre tantas outras sementes de força. Assim, falar de semente para estes coletivos é falar de vida, resistência, tradição, é buscar por alianças que contribuam para as suas lutas específicas e coletivas, é agir frente ao que Urge nas distintas Urbes.

A partir das discussões entre os três coletivos, foram pensadas estratégias de divulgação e engajamento dos demais convidados de interesse. Considerando o potencial de comunicação do WhatsApp para as comunidades quilombolas, Gláucia ficou responsável por entrar em contato e encaminhar a mensagem de convite.

Processo de mobilização realizado por Gláucia via whatsapp para mobilização das comunidades quilombolas

E após a realização de todos os convites, foi elaborada uma mensagem final com data e horário definida para o encontro:

A aproximação entre estes coletivos e Jerá foi sentida a partir da centralidade da SEMENTE. Jerá Guarani foi a primeira interlocutora do projeto Urbe Urge 2021 e durante sua interlocução a importância das sementes crioulas (milho, batata-doce, entre outras)  e o seu resgate apareceu constantemente em seu discurso durante sua interação com os coletivos, como ferramenta de conexão, criação de relações, fortalecimento cultural e trocas de conhecimentos e experiências. Para as Mulheres-sementes, o protagonismo das sementes vem desde o nome escolhido para o coletivo, passando pelo ponto de ligação inicial por meio do feijão pedra (também conhecido como feijão lab lab), utilizado no Brasil apenas como adubação verde, e no Cabo Verde como o grão do principal prato da culinária do país, a Catxupa. Para os kilombos do coletivo Tecnologias Ancestrais, as sementes são lugar de fortalecimento, de luta e de resgate de uma prática que era desenvolvida anteriormente por seus ancestrais. Para o coletivo de agricultores indígenas Xakriabá, semente é o significado da palavra Romzâ na língua nativa Akwen, é lugar de tradição e resistência de cultura de gente e cultura de planta, como o milho crioulo, os diversos feijões, as manivas de mandioca entre tantas outras sementes de força. Assim, falar de semente para estes coletivos é falar de vida, resistência, tradição, é buscar por alianças que contribuam para as suas lutas específicas e coletivas, é agir frente ao que Urge nas distintas Urbes.

O grande dia

As discussões foram intensas, com muito aprendizado e compartilhamento do cotidiano próprio de cada comunide participante.

A discussão durante o processo foi uma grande troca de conhecimentos, o que proporcionou uma espécie de “feira virtual”, todas as mulheres presentes diziam de sua necessidade e de sua força na organização cultural e social pelo viés dos plantios.  Foi a partir deste debate integrador que quilombos de Belo Horizonte, incluindo o Quilombo Família Matias, que está em processo de estudos para reconhecimento via Fundação Cultural Palmares e outras políticas estatais, apontaram suas necessidades de trocas. Os desdobramentos foram diversos, o primeiro deles foi a própria troca de como chegariam as sementes entre os participantes. A proposta será de forma  orgânica e participativa, com estratégias de pessoas mensageiras para levar e trazer as sementes. Definiu-se como estratégia fazer o Kit-Sementes que deverá chegar primeiramente das Mulheres Sementes, mulheres assentadas do MST – Movimento Sem Terra, para assim distribuir aos quilombos de Belo Horizonte. E posteriormente fazer com que as sementes daqui cheguem à Cabo Verde via as Mulheres da Ilha do Fogo, envolvidas pelas Mulheres Sementes do projeto UrBe Urge, pensando as estratégias de trazer as sementes da inidgena Jerá Guarani de São Paulo.

Modupé por nos acompanharem até aqui!

Referências bibliográficas

Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-brasileiro – IPEAFRO. Adinkra Damedame. <https://ipeafro.org.br/acervo-digital/imagens/adinkra/> Acesso em 09 de novembro de 2021.

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