Conheça a nossa pesquisa!

Um resumo do que se trata a nossa proposta, Bambu: Teto para a Vida. Elucidaremos aos interessados nosso tema, recorte territorial e escolha da comunidade alvo, demonstrando o nosso percurso até aqui e nossos objetivos a serem percorridos!

A proposta visa não apenas o desenvolvimento tecnológico de soluções, mas, principalmente, utilizar a tecnologia em prol do desenvolvimento humano. Nesse sentido, se indica o estudo do bambu como matéria prima ideal para a confecção de coberturas ecológicas, a partir do qual, se estruture uma metodologia para formação técnica e humana da população de baixa renda da região periurbana do distrito de Ravena, município de Sabará/MG.

Figura 1 – Localização de Ravena Fonte: Google Earth modificado pela autora Data: junho/2021

Este local foi escolhido pelo fato da localização do Cerbambu e de seu envolvimento com a comunidade local. Há 22 anos Lúcio Ventania, mestre bambuzeiro, criador do Cerbambu, instalou-se na comunidade de Ravena, aonde, ao longo deste tempo, tem trabalhado o aspecto social com o ensino das técnicas do bambu com pessoas da própria comunidade, além de desenvolver projetos educacionais de visitas de crianças das escolas de ensino fundamental e médio de Ravena. O Cerbambu surgiu oportunamente por meio da parceria entre o próprio Lúcio e um movimento antigo de recuperação de usuários de drogas, que é o Instituto Renascer da Consciência, um projeto realizado pela psicóloga Gislaine Assunção. Este Instituto cedeu o espaço aonde hoje está inserido o Cerbambu.

Figura 2 – Encontro do coletivo no Cerbambu
Fonte: pessoal
Data: julho/2021

A princípio, o projeto abarcaria a população como um todo. Contudo, no decorrer do processo de pesquisa, a definição de um público mais específico, a partir do papel da mulher negra se tornou mais substancial. Assim, a comunidade de mulheres de Maquiné, foi o recorte atual que fizemos, apoiados na questão da luta feminina e de seu papel na sociedade, bem como pelo fato de serem estas mulheres já introduzidas no Cerbambu, com o aprendizado básico de bambuzeria.

O projeto irá abranger todo o ciclo desde a matéria prima, com o incentivo da pequena produção do bambu nos próprios quintais das pessoas envolvidas e pequenas áreas comuns ou públicas. Demonstra-se, assim, a facilidade de plantio, manejo, colheita, induzindo a própria conscientização ambiental, no intuito de demonstrar a ampla capacidade do bambu, como espécie vegetal apta a restauração ambiental e atmosférica, alimento e matéria prima de um modo econômico substitutivo das práticas de produção convencionais. A questão ambiental é uma prerrogativa que demonstra a capacidade da cobertura de bambu se afirmar como um processo realmente sustentável, uma vez que é uma matéria prima biodegradável, e não gera nenhum resíduo poluente na sua fabricação e execução. Ainda, oferece a possibilidade de reestruturação microclimática ao contribuir com a umidade e o reestabelecimento de solos degradados e, também, com o sequestro de CO2 da atmosfera.

Figura 3 – Estudo sobre o bambu para coberturas ecológicas
Fonte: pessoal
Data: julho/2021

A respeito do desenvolvimento da metodologia de trabalho para a formação, se dará de forma ampla, a contemplar o ser humano em seu ambiente natural, social e subjetivo. A parceria entre entidades públicas locais que assistam a saúde, educação, assistência social, habitação e urbanismo, meio ambiente, são de suma importância para que prevaleça a qualidade de vida da comunidade alvo. Além disso, a busca por exemplos bem sucedidos, tais como a própria experiência de décadas de trabalho social que o Lúcio possui, será uma premissa em nossa construção. No entanto, consideramos que, efetivamente, esta construção só acontecerá, no momento em que a própria comunidade construir em conjunto com nosso coletivo, as diretrizes para esta metodologia. Em suma, é um processo que se inicia com a oportunidade que o Urbe Urge nos proporciona, contudo, é um desenvolvimento a longo prazo, que não pode sequer ser determinado ainda.

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