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Ridimunho: o sertão den ‘da capital

De 1º a 13 de fevereiro, o Centro Cultural Banco do Brasil recebe o projeto “Ridimunho: o sertão den ‘da capital“, que traz programação diversa com oito sessões de cinema, quatro shows com artistas do sertão norte mineiro – A Outra Banda da Lua, Priscila Magella, Pedro Surubim e Caio Bastos – apresentações de manifestações da cultura popular do território das Gerais, além de atividades gratuitas. Os ingressos estão disponíveis no site ou na bilheteria física do CCBB BH.

O sertão norte mineiro é um território criativo em que as relações sociais são expressas nas linguagens artísticas, revelando um lugar narrado, cantado e em sinergia com as relações sociais e as vivências que marcam a singularidade deste povo constituído por indígenas, quilombolas, vazanteiros, veredeiros, barranqueiros, pescadores artesanais e outras comunidades tradicionais ribeirinhas.

Sessões de cinema

A programação de filmes do festival, intitulada “Cine Barranco”, conta com 8 sessões de obras produzidas por realizadoras e realizadores audiovisuais do sertão norte mineiro, contando com obras do coletivo Cine Barranco, de Januária, e de outros coletivos mineiros. A sessão do dia 06/02 (segunda) contará com recursos de acessibilidade. 

Atrações musicais

A Outra Banda da Lua se apresenta no dia 04/02 (sábado), às 20h. Fundada em 2015, em Montes Claros, cidade que nos convida a revisitar obras de Guimarães Rosa, Beto Guedes e Darcy Ribeiro, o som da banda alcança uma atmosfera psicodélica e contemporânea, trazendo em sua diretriz influências da Tropicália, Clube da Esquina e rock inglês, revelando a universalidade da música produzida no sertão.

Priscila Magella se apresenta no dia 05/02 (domingo), às 20h. A artista tem uma relação de alma com o Rio São Francisco. Nascida em Pirapora, passou a maior parte da vida na companhia das águas, sendo este o rio que ajudou Priscila a começar a cantar. Sem dinheiro para pagar aulas de canto, usava suas águas para afinar as cordas vocais, mexendo as mãos, percebendo seu barulho. Priscila canta o Rio, sua voz é a sua representação.

Pedro Surubim se apresenta no dia 11/02 (sábado), às 20h. O artista é carranca de boca aberta, sorte da embarcação. Chuvarada, ventania do sertão. Barranqueiro, da cidade de Pirapora, faz um som que reverbera sua identidade, seu “grandesertão: kilombo”. Suas composições BantuBarrankeiras falam de seu lugar e de sua travessia, por meio de batukis, cordas e pedagogingas.

Caio Bastos se apresenta no dia 12/02 (domingo), às 20h. Compositor, cantor, letrista e um dos idealizadores da NIHIL Estúdios, Caio énascido nos Gerais, vem de Januária, às margens do Rio São Francisco, onde colheu aparente, infinda e singular inspiração para compor uma obra extensa e profunda, que começará a lançar oficialmente em 2023, com o surgimento de ao menos 2 álbuns e singles diversos.

Manifestação de grupos da Cultural Popular

Nos dois finais de semana ocorrerão apresentações de grupos da Cultura Popular. O Grupo de Dança de São Gonçalo de Bonito de Minas (São Gonçalo), as Lavadeiras de Pedras de Mª da Cruz (Pedras de Maria da Cruz) e o Grupo Folclórico de Santa Cruz (Pirapora) saem em cortejo do Espaço Niemeyer, vão público entre o CCBB BH e o Edifício Niemeyer, e seguem até o jardim externo do CCBB, em frente à bilheteria, para celebrar a arte e a cultura barranqueira do Rio São Francisco. O acesso para as apresentações é livre e sem necessidade de retirada de ingressos.

Oficinas e prosas

Nos dois finais de semana, o festival irá promover duas oficinas e uma prosa, com entrada gratuita, no Foyer do Teatro I do CCBB BH. Pautadas pela horizontalidade da fala e dos gestos, as ações propõem ao público pensar os saberes alimentares do sertão norte de Minas Gerais. 

No dia 04/01, sábado, ocorre a oficina “Sertão-Cerrado no prato”, com Daniel Vieira, que vai mostrar o preparo de uma receita de pão de queijo que leva ingredientes produzidos na base comunitária do sertão. Já no domingo, 05/02, ocorre a oficina “O Cerrado em Pé – Diálogos sobre cultura alimentar” com Vicentina Bispo, que nos convida a adentrar ao sertão pela boca, mostrando o processo de fazer barrinhas de cereais que levam o valor nutricional das castanhas dos frutos do Cerrado, os desafios de sua perpetuação e os horizontes contínuos de sua existência.

No dia 10/02, sexta-feira, ocorre a prosa “Os Sons e os Seres”, com o Mestre Rabequeiro Sr. Jeny. Folias de Santos Reis, de Bom Jesus, Danças de São Gonçalo, Congados, entre outras, são expressões culturais do sertão norte de Minas Gerais que servem como verdadeiros palcos de instrumentistas locais. A atividade se propõe a dialogar sobre essas e outras manifestações culturais, ambientando a escuta das Minas aos sons dos Gerais.

Programação completa  (baixe o catálogo)

01/02 | Quarta
19h: Sessão de Cinema “Em raiz no futuro”. Duração: 55 min

02/02 | Quinta
19h: Sessão de Cinema “Por essas águas morenas”. Duração: 57 min

03/02 | Sexta
19h: Sessão de Cinema “Causo e consequência”. Duração: 53 min

04/02 | Sábado
16h: Oficina: “Sertão-Cerrado no prato”, com Daniel Vieira, no foyer do Teatro I
20h: Sessão de Música com A Outra Banda da Lua

05/02 | Domingo
16h: Oficina: “O Cerrado em pé”, com Vicentina Bispo, no foyer do Teatro I
18h: Apresentação de São Gonçalo de Bonito de Minas/MG
20h: Sessão de Música com Priscila Magella – Voz dos Rios

06/02 | Segunda
19h: Sessão de Cinema “O cinema é den’dagente” (Acessibilidade). Duração: 56 min

08/02 | Quarta
19h: Sessão de Cinema “Em raiz no futuro”. Duração: 55 min

09/02 | Quinta
19h: Sessão de Cinema “Meu Cinema Nosso Território”, comentada com participação do Coletivo Cine Barranco, Januária/MG. Duração: 60 min

10/02 | Sexta
15h: Prosa: “Os Sons e os Seres” com Sr. Jeny, mestre rabequeiro do Quilombo de Palmerinha de Pedras de Mª da Cruz, no foyer do Teatro I
17h: Apresentação do Grupo de Lavadeiras de Pedras de Mª da Cruz/MG
19h: Sessão de Cinema  “Causo e consequência”, participação do Sr. Jeny, mestre rabequeiro do Quilombo de Palmerinha de Pedras de Maria da Cruz/MG. Duração: 53 min

11/02 | Sábado
18h: Apresentação do Grupo Folclórico da Santa Cruz, de Pirapora/MG
20h: Sessão de Música com Pedro Surubim – Muxitawá

12/02 | Domingo
20h: Sessão de Música com Caio Bastos – Parca Miragem

13/02 | Segunda
19h: Sessão de Cinema “O cinema é den’dagente”. Duração: 56 min