Fabulações do Corpo
O quarto ciclo de atividades do programa educativo do BDMG Cultural de 2021, realizado entre outubro e novembro, aborda as Fabulações do Corpo, trazendo reflexões e discussões sobre o que podem nos ensinar os diferentes tipos de corporalidade que compõem um território tão diverso como o Brasil.
No início de novembro, estivemos juntos com os artistas Bárbara Wagner e Benjamin De Burca na masterclass “Swinguerra e outras disputas”. Na ocasião, os artistas conversaram com o público sobre a realização do filme Swinguerra (2019), obra que representou o Brasil na 58ª edição da Bienal de Veneza. Swinguerra explora o universo da swingueira, uma competição anual de dança realizada em Recife desde o início dos anos 2000. Unindo repertórios coreográficos que misturam gêneros tradicionais, como o frevo e as quadrilhas de São João, o pagode baiano, o funk e a música pop, diversos grupos de dança competem, avaliados segundo critérios semelhantes aos da disputa de escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, como harmonia, evolução, alegorias e adereços. No entanto, mais do que abordar um fenômeno local, nesse filme Wagner e Burca vão do particular a uma leitura mais ampla do Brasil contemporâneo.
O ciclo continua com mais três episódios do podcast É Cultura?, apresentado pelo antropólogo Roberto Romero e pela diretora do BDMG Cultural Gabriela Moulin. Recebemos Rui Moreira, bailarino, coreógrafo e investigador cultural, que traz importantes reflexões sobre arte, corpo, negritude e ancestralidade no Brasil contemporâneo. Em seguida, conversamos com a professora, pesquisadora e curadora indígena Sandra Benites, que compartilhou conosco a cosmovisão guarani sobre corpo, gênero e a possibilidade de construirmos pontes entre o mundo indígena e o mundo branco. Por fim, conversamos sobre corpo, saúde e cuidado com o antropólogo indígena João Paulo Barreto, idealizador e co-fundador do Centro de Medicina Indígena da Amazônia.
Para fechar o terceiro ciclo, o poeta Ricardo Aleixo nos traz o texto “Inserir nome quando o texto chegar”, que discute o corpo como recurso para construir outras formas sensíveis e políticas de estar presente no mundo. O texto pode ser acessado em nossa seção Reflexão.
Venha construir junto com a gente essas Fabulações.