Celebração da música instrumental
21º Prêmio BDMG Instrumental para Silas Prado, Ulisses Luciano, Nara Pinheiro e o Duo Flávio Danza e Rodrigo Mendonça. Foto: Élcio Paraíso/Bendita
31 Mai 2022 |

Celebração da música instrumental

21º Prêmio BDMG Instrumental anuncia os vencedores desta edição 

Entre os dias 27 e 29 de maio, ocorreu a grande final do 21º Prêmio BDMG Instrumental no Teatro Sesiminas, em Belo Horizonte. A premiação é uma das ações mais importantes para a valorização e fomento da música instrumental em Minas Gerais, impulsionando nomes para o cenário brasileiro. 

A comissão julgadora desta edição escolheu no último domingo os músicos selecionados para receber a premiação deste ano. Nesta última etapa, os finalistas foram avaliados por uma comissão julgadora formada por Badi Assad, violonista, compositora e arranjadora; Daniel Barbosa, jornalista do Estado de Minas; Deborah Levy, pianista, compositora e arranjadora; Fabiano Fonseca, jornalista do O Tempo; Paulo Henrique Silva, jornalista do Hoje em Dia; Gê Côrtes, baixista, compositora e arranjadora; Joatan Nascimento, trompetista, compositor e arranjador; Laura Lopes, Programadora de música do SESC Vila Mariana e Renata Celano, Programadora de música do SESC Consolação.

“Foi um trabalho dificílimo eleger os quatro premiados desta edição. Tivemos um nível altíssimo em todas as categorias. Foram instrumentistas fenomenais, compositores e arranjadores geniais e foi uma tarefa realmente muito difícil para a gente do júri”, reconhece a coordenadora do Júri, a musicista Badi Assad. 

Ao final dos dois dias de apresentações, os jurados escolheram os quatro grandes premiados desta edição, que são: 

  • Duo Flávio Danza e Rodrigo Mendonça | Flauta Transversal e Violão 7 Cordas 
  • Sillas Prado | Saxofone e Flauta 
  • Ulisses Luciano | Trompete 
  • Nara Pinheiro | Flauta Transversal

Cada um destes vencedores acima receberá uma premiação no valor de R$ 12 mil cada, além de um show, que será realizado posteriormente no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil, o CCBB-BH e uma apresentação no programa Instrumental Sesc Brasil, promovido em parceria com o Sesc São Paulo. Wellington Gama (Bandolim) e  Samy Erick (Violão e Guitarra) conquistaram os 5º e 6º lugar respectivamente, recebendo uma premiação no valor de R$6 mil cada.

A musicista Nara Pinheiro, de Juiz de Fora, foi a única mulher entre os premiados e celebra a oportunidade de representar outras que, assim como ela, se dedicam ao ofício.

“Eu acho que é um incentivo e tanto. É uma grata surpresa porque o calor do momento interfere muito na nossa performance. Fico muito feliz de sair como premiada desta edição. A gente sabe que a maioria dos participantes já é muito experiente. Alguns inclusive já tiveram a oportunidade de participar de outras edições. Sair como uma das vitoriosas desta edição é um grande incentivo para continuar seguindo com meu propósito na música”, aponta.

De Poços de Caldas, na região do Sul de Minas, o músico Flávio Danza, que se apresentou juntamente com o seu parceiro, Rodrigo Mendonça, destaca:

“O Prêmio BDMG Instrumental é um sonho para qualquer músico instrumentista. Poder participar desta iniciativa que já lançou tantos nomes importantes da nossa música é um grande privilégio e uma motivação muito gramde para estarmos aqui apresentando nosso trabalho, além de ser uma oportunidade para criarmos obras inéditas especialmente para a ocasião”. 

O prêmio é também uma oportunidade que os participantes enxergam para prestar homenagens a músicos que foram referências ou exerceram a função de mestres nas suas trajetórias. O saxofonista e flaustista Sillas Prado fez questão de homenagear o fundador da Orquestra Rumpilezz.

“Faço parte da cena afro-mineira instrumental e decidi me inscrever para apresentar uma nova faceta do meu trabalho e também para prestar uma homenagem aos meus mestres, principalmente para o Letieres Leite, que foi uma forte referência para mim. Foi a minha estreia como compositor/arranjador e a gente já fica com a expectativa lá em cima porque sabe que o Prêmio BDMG Instrumental possui uma relevância nacional em função da sua importância na cena musical brasileira”, destaca Sillas Prado.

Natural de Recife(PE), o experiente trompetista Ulisses Luciano viu no Prêmio BDMG Instrumental a oportunidade que precisava para investir no seu trabalho autoral.

“Vivo em Belo Horizonte desde 2010 e desde que cheguei na cidade que acompanho o Prêmio BDMG Instrumental. Ao longo desses anos, vi passar por esta premiação diversos nomes que são grandes referências para mim. E esse prêmio tem uma celebração especial, pois estou completando 25 anos dedicados ao estudo da música. Além disso, esta é foi a primeira vez que estou apresentando um trabalho 100% meu, completamente autoral. Então esse reconhecimento é um grande incentivo para eu continuar investindo e apresentando o meu trabalho”, conclui o trompetista.

Como nas edições anteriores da premiação, também foram escolhidos os dois melhores instrumentistas e melhor arranjo, que são:

Melhor arranjador

  • Wallace Gomes | Violão
    Pelo arranjo da canção “A Paz”, de Gilberto Gil

Melhores instrumentistas

  • Wellington Gama | Bandolim de 8 e 10 cordas 
  • Antônio Loureiro | Bateria 

Os selecionados nas categorias Melhor Arranjador e Melhores Instrumentistas recebem um prêmio no valor de R$3 mil cada.  

A cerimônia contou ainda com a entrega do Prêmio Marco Antônio Araújo e Prêmio Flávio Henrique. O primeiro foi concedido ao álbum “Jamba Trio”. Lançado em março de 2021, reúne composições originais que representam o diálogo entre a música instrumental mineira, o jazz e a música erudita. Na estrada há 22 anos, o Jamba Trio é formado originalmente por Írio Junior, Enéias Xavier e Esdra Neném Ferreira. Atualmente, o grupo conta com o baterista Lincoln Cheib. O trabalho é uma homenagem ao baterista Esdra Neném Ferreira. Já o Prêmio Flávio Henrique reconheceu o álbum “Retumbante”, de Pablo Bertola. “A excelência da música em Minas sempre me surpreende. Autores, intérpretes, instrumentistas inacreditáveis. Nessa seleção tivemos lindas surpresas e descobertas, além da afirmação de talentos já conhecidos. Nossa escolha foi unânime, ainda que difícil pela exigência de um nome só. Pablo Bertola apresentou um trabalho maduro de lindas canções, belos arranjos e está cantando muito bem, fiquei feliz com esse resultado”, destaca a jornalista e radialista Patricia Palumbo, integrante da Comissão de Seleção do Prêmio Flávio Henrique ao lado do músico Alfredo Del-Penho e da curadora de projetos musicais Michelly Mury.

Jamba Trio conquistou o Prêmio Marco Antônio Araújo 2022. Foto: Élcio Paraíso/Bendita

O 21º Prêmio BDMG Instrumental e o Prêmio Marco Antônio Araújo são realizados pelo BDMG Cultural, com apoio do Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do BDMG – Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais.

Sobre o Prêmio BDMG Instrumental 

O Prêmio BDMG Instrumental completa, neste ano, 21 anos de atividades. Desde a sua primeira edição, vem se consolidando a cada ano, sendo reconhecido como um dos principais e mais importantes prêmios e incentivos à música instrumental brasileira. Voltado para artistas que moram em Minas Gerais, revelou, ao longo desses anos de existência, instrumentistas, conjuntos, compositores e compositoras de destaque nacional e internacional, destacando as inovações em termos de arranjo e composição, que renovam a linguagem da música instrumental brasileira. O júri formado por Cláudia Garcia, Thiago Delegado e Marco Scarassatti, assumiu o desafio de escolher os 12 finalistas dentro de um vasto universo de sonoridades advindas de experiências, práticas e formações distintas, mas igualmente ricas que apontam para a potência e a complexidade da música instrumental brasileira. 

Nesta edição, 36 compositores tiveram suas inscrições habilitadas, tornando o trabalho dos curadores muito complexo. Entre os trabalhos analisados estão desde choros e experimentações eletrônicas, passando pelo canto da viola caipira e também pela complexidade das harmonias mineiras. A função do prêmio BDMG Instrumental é destacar justamente todo o pluralismo da produção musical produzida em Minas Gerais. Por este motivo, reúne desde jovens a experientes instrumentistas em performances de alto nível e técnicas apuradas de execução.

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