REVISTA nº 8

A arte não abandona a gente

Agnaldo Canuto, bombeiro e artista do Morro das Pedras, fala sobre como sua paixão pelas artes se funde com sua trajetória de vida e nos revela a potência de desenvolver um trabalho artístico autoral na periferia

Agnaldo Canuto, Ceci Nery Batista, Paula Lobato
31 Jan 2023 16 Min
A arte não abandona a gente
Detalhe de obra de Agnaldo Canuto. Foto: Rodrigo Marcandier

Agnaldo Canuto em conversa com Ceci Nery e Paula Lobato

Agnaldo Canuto tem 58 anos e é um artista do Morro das Pedras, um dos maiores aglomerados de Belo Horizonte. Suas artes ficam distribuídas entre as casas de sua família, mas a vizinhança, que continua quase a mesma de 40, 50 anos atrás, conhece bem seu trabalho. Já participou de exposições no Centro Cultural São Geraldo, também na capital, e no História em Construção, espaço de cultura e arte do Morro das Pedras, e suas obras integram livros de pesquisas acadêmicas e de projetos de arte. Parte de seu trabalho pode ser vista nas redes sociais. Neste depoimento, Agnaldo nos conta sua história de vida, os caminhos que o levaram a explorar suas aptidões criativas e o que significa ser, em suas palavras, um “operário da arte”.

Eu e meus irmãos somos nascidos e criados aqui no Morro das Pedras, no Beco dos Canutos, Vila Leonina. Sete vilas fazem parte do aglomerado. Minha mãe se casou e veio para Belo Horizonte com 17 anos. Éramos doze irmãos, hoje somos nove. Tivemos uma vida sacrificada, com muita gente em casa, mas deu para sobreviver, ninguém entrou para o mundo errado. Todos continuam na batalha, quem pôde ir para frente foi, quem não pôde continuou trabalhando. Tá todo mundo ralando mesmo, não tem como. 

Canuto em seu ateliê, no Morro das Pedras. Foto: Paula Lobato

Nossa vida era de muito sacrifício e a gente dependia muito de ajuda. Como minha mãe tinha muitos filhos, as pessoas nos traziam cestas de alimentos, e a Cruz Vermelha distribuía uma sopa e umas vitaminas que davam para sustentar todos nós… E sempre traziam. Naquela época ainda não tinha líder comunitário. Muita gente morava aqui, mas não era urbanizado. Não tinha saneamento básico, a gente buscava água na cisterna e lavava roupa no córrego. Hoje pelo menos tem calçamento, tem esgoto, tem água… 

Eu fabricava brinquedos para mim, para os meus irmãos, para todo mundo. Via as coisas e copiava. Pegava um serrotinho, fazia uns cortes e ia pregando. Usava madeira de caixote, de caixa de maçã, de batata, aquelas caixas de muito antigamente. Copiava carrinhos, fazia uns pandeiros e outros instrumentos para tocar. Meu pai gostava de tocar cavaquinho. A gente juntava a nossa galera lá em casa, fazia o nosso próprio instrumento e ficava imitando eles. Fiquei muitos anos fazendo isso.

Sob muitas casas que existem aqui hoje no morro estão nossos campinhos. A gente cavava, limpava, marcava o campo e, com o lote limpo, o pessoal vinha e construía suas casas. Muitas famílias começaram a vir do interior, da Bahia, norte de Minas… Chegavam aqui de madrugada, com lona nas costas e já ficavam… Era do dia pra noite. Nós subíamos o morro para estudar, voltávamos, e, quando amanhecia, já tinha uma casa fincada no nosso campinho. O morro era todinho verde e não tinha casa nenhuma. A gente descia para brincar perto da nascente, e, quando era verão, a gente nadava nos córregos, jogava bola e inventava jeitos de nos divertir. A gente pescava, caçava, e eu já achei até cágado aqui do lado, mas a gente não tinha coragem de matar. Só os peixes, que minha mãe preparava e a gente comia.

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Estudamos na Escola Municipal Mestre Paranhos, no Conjunto Santa Maria, a mais ou menos uns dois quilômetros daqui. Os irmãos mais velhos iam de manhã, os mais novos iam à tarde. Um cuidava do outro, então quem ficava em casa tinha que saber fazer comida e tomar conta. A gente revezava.

A gente se divertia muito, mas tivemos que começar a trabalhar muito cedo também. Eu comecei a vender picolé na rua com nove anos de idade. Não tinha dinheiro para comprá-los, então, quando saía da escola, deixava minha certidão de nascimento como garantia no mercado e partia com uma caixinha cheia de picolés. Quando voltava, pagava e pegava de volta meu documento. No verão eu fazia isso todo dia. Aqui perto, no bairro São Bento, tinham muitas obras, onde eu vendia tudo. Depois eu passei a vender picolé na cidade, foi terrível. Estava com doze anos, saía da escola e ia para o centro, minha mãe ficava apavorada. Comecei a pegar os produtos no Mercado Novo, e lá eu já precisava levar dinheiro para comprar. Eu e meus irmãos comprávamos uma caixa de maçãs, vendíamos essa caixa nos pontos e, com o dinheiro, a gente comprava picolé, que rendia muito mais. Para você ver, comerciante desde novinho. E eu trazia para casa açúcar e café, todo dia. 

Aos treze anos, eu comecei a trabalhar na construção civil. Comecei nas obras como ajudante de eletricista, depois bombeiro. Eu sempre fiz coisas paralelas ao trabalho, digo que trabalhei em obra enquanto estudava violão à noite. Saía do serviço às 17 horas e ia para a escola, que ficava na rua Carijós, ter aulas particulares com o professor Idelfonso. Estudei com ele uns três ou quatro anos. Em seguida, comecei a dar aula de violão. O pessoal divulgava minhas aulas no boca a boca. Dei aula na igreja evangélica do Conjunto Santa Maria, na Avenida Raja Gabáglia. Uma vez eu estava tocando Brasileirinho dentro da igreja, o pastor brigou comigo: “Não pode tocar! Essa música é mundana!”.

Tudo que o professor me ensinava me animava muito. Eu chegava em casa à noite e passava a madrugada tocando. Sabe o que eu fiz, na malandragem? Peguei um pano e coloquei entre as cordas e a caixa do violão, abafando o som, e assim conseguia praticar os exercícios. Quando eu aprendi violão, comecei a pegar também os outros instrumentos: cavaquinho, banjo, e toquei até guitarra, mas gosto mais de música brasileira. Montei uma banda, tocamos juntos durante muitos anos, músicas inéditas, e chegamos a gravar um disco. Mesmo durante meu tempo na banda, eu continuei prestando serviço. Chegava do serviço e ia para o ensaio, nunca parei. Também sou compositor, tenho umas 80 músicas escritas, mas delas eu registrei apenas duas, e não gravei nenhuma até hoje. Um conhecido sempre me liga, chamando para registrar as músicas e gravar um clipe, mas eu não tenho dinheiro para fazer isso. 

Ateliê de Agnaldo Canuto, no Morro das Pedras, em Belo Horizonte. Foto: Paula Lobato

Um dia, um cara estava podando uma árvore na obra em que eu estava trabalhando e caiu um tronco lá onde a gente estava almoçando. Eu peguei esse pedaço de madeira e comecei a picar, usava os horários de almoço para ir cortando o tronco com um canivete. Fui cavando ele no colo, ia fazendo quando ficava de bobeira no trabalho… De repente, percebi que estava virando algo. Quando vi, estava fazendo um rosto. Mostrei para as pessoas e elas falaram: “Uai, você está virando escultor!”. Essa foi minha primeira escultura. Fiz ela em 1985, e tenho até hoje. Nessa mesma obra também fiz meu primeiro quadro. O pintor deixou algumas tintas que sobraram lá e, vendo elas, eu peguei um compensado, essas tintas, um pincel velho e comecei a pintar. Você sente, solta alguma coisa. Foram se formando umas casas, umas casinhas, no mesmo processo da escultura. De repente estava pronta. Eu guardei essas peças e não quis mexer mais.

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Nessa época, ainda na década de 1980, tinha um cara chamado Saul aqui no Morro das Pedras que fazia escultura. Ele também mexia com música, tocava Gilberto Gil. Eu sempre passava na casa dele e via seus trabalhos. Ele fazia muito jacaré, onça, fazia qualquer tipo de bicho na madeira. Era muito bacana. O Saul morava aqui, mas trabalhou no Iraque na época que a construtora Mendes Júnior levou muita gente daqui para lá. Foi lá que ele aprendeu a fazer desenhos decorativos de massa nas paredes. Ele fazia muito isso lá e começou a fazer aqui também. 

Eu tinha uns dezesseis anos quando conheci o Saul, nasci em 1964. A gente andava sempre com o violão na mão, e sempre parava na casa dele para olhar seus trabalhos. E ele gostava mesmo de esculpir e desenhar bichos. Não sei quais eram suas ideias, eu nunca fiz bicho… Mas eu pensava: “Cara, que bacana os bichos dele, ele faz uns bichos bacanas para caramba!” Eu curtia aquela parada na época. Só que ele entrou para a igreja, e um pastor falou que ele estava endemoniado. Aí o Saul fez uma fogueira e queimou todas as suas peças. Chegando do serviço, um vizinho me contou que ele tinha botado fogo nas peças, fui lá na casa dele. Ele disse: “Isso não é coisa de Deus, não! O pastor me falou que isso aqui é coisa do demônio”. Eu fiquei bobo! E acho que até hoje não tem mais ninguém fazendo escultura aqui no morro. 

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Depois de fazer a minha primeira escultura, eu comecei a fazer reciclagem, a catar objetos no lixo para fazer peças. Pegava esses rádios velhos que o povo jogava fora, tirava as peças deles e fazia as minhas. Tudo isso me veio junto da primeira escultura. Aí o pessoal do morro começou a me chamar de maluco! Aos poucos as pessoas foram reconhecendo meu trabalho, e agora sempre trazem objetos que acham que eu possa querer para criar alguma coisa ou até mesmo peças de arte que encontram. “Ah, eu trouxe esse negócio para você aqui, não sei se você vai querer…”. Minhas primeiras obras eu esculpi com um só formão, mas hoje eu tenho um monte! O pessoal foi me doando. Diziam: “Ah, tem um formão velho lá em casa, pega lá!”. Eles sempre trazem pano, mandam para eu fazer tela, e como eu não estou fazendo telas agora, já tenho bastante. Uma vez, meu trabalho saiu no programa Terra de Minas, da Rede Globo. Depois disso, o pessoal começou a mandar mesmo muitas coisas para eu usar nas minhas obras. Daqui a pouco vou ter que fazer um antiquário! 

Esculturas de madeira no ateliê de Agnaldo Canuto, no Morro das Pedras. Foto: Paula Lobato

Enquanto isso, vou criando as composições também com os objetos, criando esculturas que não são só de madeira, são tipo instalação. Eu gosto muito de fazer instalações. Tem quem fale que esse espaço onde trabalho é uma instalação. Faço diversas montagens, analiso as formas, as histórias e o estado dos objetos e vou colocando eles juntos. Outro dia juntei um cacetete, um objeto que era usado na rua para brigar, com um bilboquê, aquele brinquedo das crianças de antigamente. As formas são muito parecidas, mas o sentido é oposto. 

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Nos anos 2000, eu estava trabalhando com giz de cera. Tinha feito aquela pintura nos anos 1980, mas nunca mais mexi com tinta. O Delvan me viu fazendo esse trabalho e disse: “Você tem que pintar.” Delvan era um artista aqui do Morro das Pedras que estava cursando artes, ele trouxe para mim um tanto de tinta. Eu pintei um monte de coisas, fiz várias pinturas, e assim comecei mesmo a pintar. Nessa época, eu tinha um boteco embaixo da minha casa. Vinham muitas pessoas pra cá, e elas passavam a noite tomando umas. Eu pendurava minhas peças nos muros, e a gente ficava bebendo e olhando, viajando nelas. O pessoal que chegava ficava lá também olhando os quadros. Eu bebia uns golos e falava: “Ah, eu pintei esse quadro aqui! Olha essa escultura aqui!”. Minha mãe ficava invocada: “Nossa, Naldinho começou a onda brava”. Chegou um momento que o pessoal me pedia para levar, para ficarem olhando os quadros. Naquela época todo mundo me conhecia: “Ô maluco! Cadê o maluco? Cadê as artes dele? Deixa eu ver as artes”.

Um tempo depois de nossa conversa, Delvan me disse que eu não precisava nem assinar mais meus quadros: “Onde eu vejo, reconheço”. Ele era evangélico, saiu da igreja e se assumiu, e pouco depois começou a dançar. Saía fantasiado na rua e passou a ser muito discriminado por isso. Ele era um artista e tanto, a gente apoiava ele, e os quadros que ele fazia eram muito técnicos. Ele me incentivava muito, mas eu pensava: “Nossa, não vou pintar igual a você nunca”. Então, em 2004 ou 2005, não lembro ao certo, Delvan escreveu umas cartas, planejou tudo e se suicidou.

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Atualmente eu trabalho como bombeiro a domicílio. Passei os últimos quatro anos em um perrengue bravo, pois durante a pandemia nós não podíamos entrar na casa de ninguém, e era essa a base do meu serviço. Até hoje, eu nunca falei que sou artista. Não tenho isso de ganhar dinheiro, de me gabar, de participar de projetos e exposições. Não tem essas coisas todas, mas a gente faz arte.É como eu costumo dizer, nós somos operários da arte. Eu me considero assim. 

Ser operário da arte é sentir a arte e fazer, colocar em prática, tirar de dentro de nós e botar para fora, para o mundo. É fazer as coisas de coração, fazer o que gosta. Eu gostaria muito de viver de arte, mas por enquanto ainda não é possível. Enquanto isso, a gente vai vivendo, vai levando, não dá para parar. Ser operário da arte é não deixar a bola cair só porque não está ganhando dinheiro, é continuar fazendo… porque esse negócio de artista é complicado. Deixa os artistas para lá, vamos fazer arte, não vamos parar não. 

Ser operário da arte nos permite experimentar, descobrir técnicas que às vezes aparecem no processo, na produção que fazemos sem a preocupação de ter que entregar uma coisa que outras pessoas vão avaliar e aprovar. Tem uma peça que as pessoas sempre me perguntam: “O que é isso?”. É uma tela que eu fiz limpando os pincéis. Eu não pintei não, eu estava limpando os pincéis, fui limpando e, de repente, saiu esse desenho. É expressão. Como eu estava falando para o Macoy, um artista visual e editor aqui do Morro das Pedras, não tem como você fazer o projeto de uma escultura. Não tem como desenhar antes. Se você for técnico, você até faz. Tem gente que faz só São Francisco, é uma técnica deles. Mas eu nunca fiz santo. Quando começo uma peça, não tenho nada na cabeça, então o que sair é aquilo mesmo.

Nos meus quadros autorais, eu sempre acho que ainda falta colocar alguma coisa. A gente nunca termina o quadro. Se ficar olhando muito, acabo querendo colocar mais coisas neles. E eu continuo trabalhando sem incomodação, porque quando alguém ou alguma galeria começa a exigir, por exemplo, a produção de tantas peças em um prazo específico, você passa a ser operário da galeria, funcionário. Não ter cobranças me leva a estar sempre testando coisas novas, e essas coisas nem sempre são fáceis de entender.

***

O Kdu dos Anjos, [artista e empreendedor cultural] lá da Serra, ficou doido com a primeira escultura que fiz. Ele perguntou quanto tempo eu demorei para fazer, e eu respondi: “Ah, não sei, eu fiquei o ano todo fazendo essa peça, não me lembro”. Ela foi feita em pau de óleo, que estava verde na época, e quando está verde a madeira fica mais macia. Antigamente a gente ficava dois, três anos em uma construção, hoje a tecnologia é mais avançada.

Venho trocando ideias com o Kdu. Eles abriram uma galeria no Lá da Favelinha, e ele propôs da gente fazer uma exposição de artes para vender minha produção. Eu quero fazer isso com eles. Tenho vontade de vendê-la, e agora estou precisando, porque já tenho uma boa quantidade produzida. Eles me deram uma ajuda de custo, e eu achei bacana, porque assim a gente consegue continuar fazendo. Não pode desanimar, tem que continuar o trabalho. E quando você está com as coisas na mão é mais fácil, né? Ele tá com público, tá com o pessoal apoiando, e tem muita visibilidade. 

Nesse momento, estou precisando mesmo achar recursos, procurar editais… Ano passado, nós tentamos entrar no Festival de Arte Negra (FAN). Tiramos tanta foto bacana aqui, mas não conseguimos. Lei Estadual de Cultura, já tentei também e nunca consegui. Me falaram que agora tem um projeto para a Lei Aldir Blanc. Eu vi o edital, mas como é que eu vou me inscrever? Quando eu estava na banda e nós estávamos com os projetos do disco, tentei patrocínio com várias empresas. Falavam que só patrocinavam rock, “Pagode a gente não patrocina”. Eu pensei: “Vou virar roqueiro então, voltar a tocar guitarra”. É muito difícil achar patrocínio!

Detalhe de obra de Agnaldo Canuto. Foto: Rodrigo Marcandier

Volta e meia eu conheço alguém que se dispõe a me apresentar para outras pessoas, mas até hoje não deu em nada. Eles vêm, até tiram fotos, mas, ô gente, isso é muito difícil. Conheci um cara que ficou de me apresentar um professor da Escola Guignard. Pensei: “Cara, Guignard para mim já é muita coisa!”. Porque nem fiz belas-artes, nem nada disso…Não sei o que deu nele, acho que ele mudou de escola, mas sumiu e não deu em nada também.

Mas é isso, deixa quieto! Quando tiver que dar certo, vai dar. É como o Caetano fala: “As coisas quando tem que acontecer vêm como ondas muito fortes”. E vêm mesmo.

Por isso, quando eu digo que me considero mais um operário artístico do que um artista, é porque minha preocupação é com a arte. Eu não tenho preocupação se vai estabelecer, se não vai. O importante é a travessia, esses caminhos que a gente está cruzando. Depois que chega, chegou, e chegar depois é bom também. 

***

Cortaram um ipê de mais de 30 metros de altura aqui perto para construir um barraco no lugar. Fiquei com raiva, e também com muita dó. Uma árvore dessa magnitude… Encontrei um pedaço dela e pensei: “Vou levar”. Eu até tinha desanimado de arte, nos últimos anos eu não fiz nada. Mas esse ano eu já comecei inspirado, fiz dois trabalhos. 

Fiz uma escultura nessa peça de ipê, ela ficou muito bacana. Teve um evento de rap aqui na rua, eu mostrei essa peça e todo mundo quis tirar foto com ela. E é uma peça única. Fiz outra peça no final do ano, e também uma música nova. Tem um cara que está querendo gravar ela e fazer um clipe, mas é uma música romântica, igual ao trabalho que estou fazendo na escultura, é romântico também. Gente, eu tô fazendo coisa romântica!  Acho que vou ter que voltar a fazer arte. Eu tinha quase abandonado a arte, mas a arte não abandona a gente, né?

Agnaldo Canuto


é pintor, compositor, escultor e multi-instrumentista do Morro das Pedras (BH
). Seus trabalhos integraram exposições no Centro Cultural São Geraldo (BH) e no História em Construção, espaço de cultura e arte do Morro das Pedras.

Ceci Nery Batista

 

é arquiteta e urbanista, pesquisadora de cultura e patrimônio imaterial.

Paula Lobato


é arquiteta, designer e editora. Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UFMG, onde também se formou. Integra a equipe do BDMG Cultural desde 2021.

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