Comunidades Possíveis é tema do LAB Cultural 2023
Conheça os provadores desta edição do programa de residência artística do BDMG Cultural
Em 2023, de maneira inédita, o programa LAB Cultural propõe um tema aos artistas, artesãos e demais pessoas envolvidas na preservação de conhecimentos e práticas tradicionais, que poderão se inscrever para participar do projeto até o dia 02 de julho. O edital e a ficha de inscrição estão disponíveis neste link.
Intitulada Comunidades Possíveis, a quarta edição do programa tem o objetivo de reunir pesquisas e compartilhar experiências individuais e coletivas.
Criado em 2020, o LAB Cultural é um programa de residência artística online, que continua nesse formato mesmo após o fim da emergência sanitária da Covid-19, decretada pela OMS. Partindo da necessidade de reinvenção das artes durante esse período, o programa se propõe a repensar os espaços artísticos, tempo e formas de comunicação. Desde então, o programa tem criado no ambiente digital um espaço para trocas e atravessamentos de práticas artísticas, produzindo conhecimento de forma colaborativa e horizontal entre artistas residentes e profissionais de diversas áreas do saber.
Coordenadora do programa, Larissa D’arc afirma que a intenção deste ano é tentar convidar a participação na residência de um modo mais amplo.
“As pessoas que produzem algo típico de sua comunidade, seja artístico e material, ou ainda algo que preserve a memória local, sempre foram bem vindos no LAB Cultural, que é um programa que incentiva e celebra a diversidade dos saberes e fazeres. Este ano gostaríamos de enfatizar esse convite para artistas, artesãos e demais agentes a participarem do programa. Todos têm algo a contribuir em uma proposta coletiva de construção de conhecimento e experimentação”, ressalta.
Ao todo, serão selecionados vinte artistas residentes em Minas Gerais que se manifestem por meio das artes visuais, cênicas, escrita, música, dança, expressões corporais, dentre outras ou ainda que queiram compartilhar práticas e saberes de sua comunidade. As pessoas selecionadas terão quatro meses para pesquisa e receberão uma bolsa total no valor de R$ 6 mil. Saiba mais aqui.
Conheça os provocadores
Nesta edição, artistas participantes terão a oportunidade de desenvolver suas pesquisas com o acompanhamento da atriz, cantora e pesquisadora Júlia Tizumba; o diretor, roteirista, curador e educador Ewerton Belico; a artista e professora Glicéria Tupinambá; e o ator, produtor e iluminador Nando Zambia.
Júlia Tizumba – Nascida em Belo Horizonte, formada no Teatro Universitário da UFMG, em Jornalismo pela PUC Minas, mestra e doutoranda em Artes Cênicas, cantora e percussionista. Começou seus estudos artísticos aos 10 anos de idade. É atriz da Companhia Burlantins e uma das idealizadoras das mostras Benjamin de Oliveira e Solo Negro. Integra o Coletivo Negras Autoras, atuando como compositora, cantora, instrumentista e curadora. Também é regente e ministra aulas de percussão na Associação Cultural Tambor Mineiro. Em seus 17 anos de carreira, Júlia integrou o elenco de 11 espetáculos de Teatro Musical Brasileiro, dentre eles o premiado musical “Elza”. Ao longo de sua trajetória artística, se apresentou em países como Argentina, EUA (New Orleans), Bangladesh, Portugal, França, Inglaterra, Senegal e em várias cidades do Brasil. Em 2021, publicou o livro “Maurício Tizumba: caras e caretas de um Teatro Negro Performativo” e lançou os singles: “Mãe na Pandemia” e “Baião da Saudade”. Atualmente integra o elenco dos musicais Herança, Museu Nacional e Viva o Povo Brasileiro.
Ewerton Belico – Diretor, roteirista, curador e educador. Reside em Belo Horizonte, onde integra a Associação Filmes de Quintal, responsável pelo forumdoc.bh. Co-dirigiu e co-roteirizou (juntamente com Samuel Marotta) o longa-metragem Baixo Centro, vencedor da 21ª Mostra de Cinema de Tiradentes, e exibido em mostras e festivais tais como CineMigrante, Neighboring Scenes, Filmfest Hamburg e Filmadrid. Foi ainda co-diretor (juntamente com Luiz Pretti, Marco Scarassatti e Ricardo Aleixo) do média-metragem Vira a volta que faz o nó, e dirigiu e roteirizou o curta-metragem A memória sitiada da noite. Foi co-roteirista do longa “Subyabaya”, dirigido por Leonardo Gama e lançado na 20ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Foi editor do catálogo da Mostra “Mais fundo que o mar – o cinema, a música e as esquinas”, e programador e jurado de mostras e festivais diversos, tais como o Festival Internacional de Curtas-Metragem de Belo Horizonte. Apresentou a primeira temporada do podcast de cinema documentário Versões do Tempo, mantido pelo Instituto Itaú Cultural. Atualmente prepara a “Retrospectiva Geraldo Sarno” – realizada com patrocínio do CCBB – e desenvolve o roteiro da série “Hip hop, velho amigo de guerra”, em parceria com Marisa Merlo, André Felix e Roger Deff.
Glicéria Tupinambá – Também conhecida como Célia Tupinambá, nasceu e se criou na Serra do Padeiro, na Terra Indígena Tupinambá de Olivença – Bahia. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social pela UFRJ. Em 2006, depois de o povo Tupinambá retomar suas terras na Serra do Padeiro, Célia decidiu fazer o primeiro Manto Tupinambá, para agradecer os Encantados. A confecção dos mantos está literalmente costurada à história do território, seu cotidiano, sua memória – inclusive a que se faz agora, em 2023. Em 2021 o manto protagonizou a exposição “Kwá yapé turusú yuriri assojaba tupinambá | Essa é a grande volta do manto tupinambá”, na Funarte Brasília. Mais recentemente, Célia foi vencedora da 10ª edição da Bolsa de Fotografia ZUM/IMS com o projeto “Nós somos pássaros que andam”. A obra, realizada em diálogo com Mariana Lacerda e Patrícia Cornils, participa da exposição “Entre nós: dez anos de Bolsa ZUM/IMS”.
Nando Zambia – Ator, produtor, iluminador e coordenador técnico, iniciou a sua carreira no interior do estado da Bahia, em Alagoinhas. É ator graduado pela UFBA, no Brasil, e pela Universidade de Évora, em Portugal. Teve espetáculos desenvolvidos como ator, apresentados na Europa (Portugal, Grécia, Itália e Alemanha), e desenvolveu pesquisa em conjunto com grupos do Brasil e de Portugal. Em 2001, ingressou no NATA – Núcleo Afro. Coordenou tecnicamente as atividades do Centro de Cultura de Alagoinhas (2013) e ministrou oficinas e workshops para atores e não atores. Também foi coordenador do projeto Escolas Culturais (2018 e 2019). É idealizador e realizador de eventos como o Sarau Negras Noites, FESTA – Festival de Teatro de Alagoinhas e o projeto Arte, Cultura e Cerveja, todos eles realizados na cidade de Alagoinhas.
Plataforma exclusiva
Durante o desenvolvimento da residência artística, o compartilhamento das pesquisas serão compartilhadas no site do LAB Cultural para ampliar as possibilidades de reflexão e diálogo dos artistas residentes com a sociedade. Na plataforma, é possível conhecer os trabalhos de todos os artistas que participaram do programa em edições anteriores. Visite!